Por Celso Dobes Bacarji
Já que estamos na semana do meio ambiente, não custa nada falar um pouco de inspiração, especialmente inspirado pelo professor José Goldemberg, que abriu o painel “Projetos mobilizadores e comunicação estratégica”, realizado hoje, último dia do Seminário de Marketing Sustentável, realizado pela Unomarketing, na Fecomércio, em São Paulo.
O destaque foi frase utilizada pelo professor Goldemberg para expressar a sua indignação em relação à forma como o homem vem tratando o meio ambiente: “Estamos vivendo uma experiência planetária, mudando a composição da atmosfera e isso é terrível”. Para o professor, a única inspiração que a nossa sociedade pode ter, nesta semana do meio ambiente, é a de mobilizar-se “e cobrar das autoridades medidas que minimizem os impactos ambientais e sociais” e, das empresas, cobrar a publicação anual de um relatório de impacto ambiental de suas operações e as medidas adotadas para minimizá-las.
Uma palestra nada otimista. Na verdade, o conceituado físico brasileiro deu 50 anos para o esgotamento das fontes energéticas do Planeta. Ficou uma impressão de que iniciamos uma catástrofe e tanto para um ambiente com mais de 6 bilhões de pessoas, mesmo que leve os 50 anos. Principalmente quando Goldemberg fez a pergunta que ninguém responde: “O que sobrará para as próximas gerações?”
Nos dois dias do seminário da Unomarketing ninguém procurou responder a essa pergunta diretamente, mas no fundo estivemos ali todos querendo saber o que podemos fazer para evitar que essa “profecia” científica se cumpra. O que se ouviu foi que podemos fazer muito. O próprio professor Goldemberg deixou claro que o papel da comunicação é fundamental. Helio Mattar, do Instituto Akatu, reconheceu que a mídia tem contribuído para a mobilização da sociedade, inclusive nas classes C e D.
Discutiu-se, claro, as condições em que essa comunicação vem sendo produzida. O jornalismo admitiu que precisa trazer para o debate pautas importantes sobre a sustentabilidade; o “marketing verde”, que virou moda e vem fazendo a cabeça das empresas para os investimentos em projetos sociais e ambientais, reconheceu que a transparência é fundamental; assim como os publicitários se mostraram conscientes das novas relações entre os consumidores e as marcas dos produtos e a importância que isso passou a ter sobre as práticas da propaganda.
Mas o tema que alinhavou os debates, dentro das plenárias e fora delas, no seminário da Unomarketing, foi o papel da internet, a caçula das mídias e a que mais impactos vem provocando na mobilização da sociedade em torno do tema da sustentabilidade. A Web 2.0 e a chamada “social media”, que coloca em ebulição os profissionais de comunicação em todo o mundo, parece ter derrubando de vez o muro da comunicação unilateral. Em breve não se saberá mais quem está de que lado, no famoso processo de comunicação “emissor, canal, receptor”, tão popular na era pré-internet.
Quer saber mais? Está tudo aí no blog. Leia, comente, critique, relate sua experiência. “A hora é agora”, para voltar ao professor Goldemberg, que inspirou o início desse artigo.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
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