quarta-feira, 3 de junho de 2009

Novas tecnologias aproximam o consumidor da produção

Por Fabrício Ângelo

As novas tecnologias têm mudado o comportamento humano e a sua forma de se relacionar, com inúmeras implicações para as empresas, que se tornaram mais suceptíveis à opinião pública, Hoje, o consumidor está mais exigente e participa muito mais da produção dos bens que consome, obrigando as empresas a se redefinirem e se tornarem mais transparentes em suas ações, na opinião do diretor presidente da Agência Click, Abel Reis, palestrante inspirador do primeiro painel de hoje, na Feira Unomarketing, "Novas Tecnologias, velocidade e poder".

Os e-mail, os softwares opensources, os sites de compra, como Amazon e E-Bay, e os de relacionamentos criaram novos modelos de interação entre empresas e público alvo. “Vejo três idéias que podem ser aplicadas à essas novas formas de relação: a primeira é a formação de uma gramática de uso, isto é, uma linguagem onde produtor e comprador se entendam facilmente; a segunda, o aumento do relacionamento em tempo real e, por fim, maior preocupação com a resolução de problemas.
Para Lia Diskin, representante da Associação Palas Athenas, a idéia de tempo mudou muito depois do advento da internet. “É uma nova maneira de lidar com a realidade. Os modelos de tempo e relação social mudaram”. Para ela, a ampliação desse modelo é necessária, pois é uma forma de informação que não depende de questões políticas ou econômicas. “É preciso mostrar ao mundo que temos de baixar o consumo e pressionar os países desenvolvidos a fazer o mesmo, porque senão nossos recursos se acabarão logo. Uma democracia mais participativa é a solução, os meios de comunicação tem de ser mais democráticos também, mostrando que antes da satisfação dos desejos está o provimento das necessidades”, finalizou.
Trabalhando há muitos anos na área de comunicação pública, Felipe Soutelo, presidente da Fundação Prefeito Faria Lima, prevê ainda muitos problemas decorrentes do acesso irrestrito às novas tecnologias. “Me assusta pensar que uma pessoa leia apenas o que lhe interessa, perdendo a percepção do todo. Isso alimenta uma dinâmica de individualismo em um mundo que necessita de modelos de coletividade”, diz ele.

Outro aspecto preocupante decorrente das novas tendências da comunicação, em tempos de midias eletrônicas, segundo Soutelo é a falta de capacitação de grande parte da população para uma avaliação crítica das transformações que vem ocorrendo. “Como saber se as pessoas que tem menos acesso a essas tecnologias sabem discernir entre a verdade e o estelionato? No âmbito político, muitos países oferecem o acesso em massa da população às tecnologias mas continuam a ver o seu futuro sendo decidido por 15% a 20% dos eleitores, apenas aqueles que se interessam por assuntos públicos. Para Soutelo, é preciso ter cuidado com o exagero consumo tecnológico, principalmente aqueles que não podem ser consumidos por todos. “Temos que pensar em como garantir o acesso de todos nesse processo, que ai sim se tornará democrático e eficiente”, concluiu.

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