Para Yacoff Sarcovas "É imprescindivel alinhar a prática ao discurso".
Por Fabrício Ângelo
A moda da sustentabilidade vem fazendo com que empresas e agências de publicidade invistam no chamado “Marketing Ambiental”, por meio de financiamentos a projetos sociais e ambientais. Mas o consumidor está atento e vem exigindo responsabilidade e transparência das empresas, como ficou claro no painel “Processos criativos x valores, sentimentos e emoções: qualidade e comprometimento com o resultado”, realizado na Feira Unomarketing.
Segundo Yacoff Sarcovas, presidente da agência Significa, essa tendência vem crescendo, principalmente devido à pressão do consumidor por maior transparência nas atividades das empresas. “A chamada atitude de marca veio para ficar; não é mais possível iludir o consumidor com promessas vazias”, afirmou Sarcovas. Para ele, é imprescindível alinhar a prática ao discurso. “As empresas também estão mudando seu conceito de responsabilidade social. Estão realmente abraçando as causas que patrocinam. A agenda da sustentabilidade está na pauta de todas as reuniões corporativas, não tem como fugir”.
A agência de Sarkovas é especializada em atitude de marca que, conforme ele, nada mais é do que agir antes de falar. “O importante é agregar a marca ao conteúdo social que ela financia. Hoje, toda grande empresa tem interesse em apoiar eventos e projetos socialmente responsáveis, seja cultural, ambiental ou esportivo”. Yacoff cita a atitude de marca como uma forma responsável do anunciante de comunicar sua ações. “Isso sem grande alarde; o público conhece quem realmente faz a diferença e quanto maior o progresso na agenda da sustentabilidade maior a consistência da marca”, explicou.
Com a experiência adquirida, o publicitário definiu alguns princípios da atitude de marca, tais como “visibilidade com responsabilidade, bons resíduos e zero detritos, compromisso com a verdade, peso equilibrado na divulgação, repasse de bonificação e remuneração transparente”. Uma comunicação eficaz da atitude de marca expressa os valores da marca, respeita e mobiliza seu público, tem abordagem simples e, principalmente, trabalha com temas de interesse público”, afirmou.
Para Antonio Peres, da Peres & Partners de Portugal, o mais importante é que esses anúncios tenham transparência, pois o consumidor está cada vez mais próximo da informação, principalmente após a internet. “Temos que parar de achar que somos a alma do negócio. Hoje somos os caçadores de almas, em uma busca frenética por anunciantes, no momento em que as ações de responsabilidade social tem mais importância que um anúncio. Na Europa, elas são exigidas das empresas e cada vez serão mais cobradas”, ressaltou.
Peres afirmou que quando a Responsabilidade Social agregou novas áreas além da ambiental, mobilizou estruturas financeiras e políticas. “Atualmente, com uma sociedade mais organizada e esclarecida, a empresa precisa mostrar que se solidariza com os problemas de seu público e não apenas com os seus”, concluiu.
terça-feira, 2 de junho de 2009
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