quarta-feira, 3 de junho de 2009

Para Goldemberg, a hora da mudança é agora

Por Fabrício Ângelo

Desde a Revolução Industrial o homem está mudando irreversivelmente o planeta, e maleficamente. Chegou o momento de a sociedade rever suas ações e corrigir seus erros enquanto ainda há tempo. O alerta foi feito pelo professor José Goldemberg, ex ministro da Educação e ex-secretario de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, na abertura do painel “Projetos mobilizadores e comunicação estratégica”.

Para Goldemberg, o que o homem mais aprendeu a fazer nos últimos séculos foi dizimar seus semelhantes. “Agora, é preciso entender que ao destruir os recursos naturais, o ser humano está colocando em risco a sua própria existência”, disse ele, citando sua própria história de questionamentos em relação à sustentabilidade de nossa sociedade, que começou em 79, com a crise do petróleo.

“Eu sou físico nuclear, mas quando trabalhava na área nunca me preocupei com a temática ambiental. Somente depois da crise revi meus conceitos. Estamos vivendo uma experiência planetária, mudando a composição da atmosfera e isso é terrível”, afirmou Goldemberg. Desde o final do século 18, a quantidade de dióxido de carbono no ar aumentou em mais de 8%, o que vem causando aumento do nível do mar e da temperatura da Terra. “Não é pouca coisa. Somos mais de 800 milhões de habitantes morando em zonas litorâneas, isso pode ser o prenuncio de um desastre!”, avisou.
De acordo com o ex-ministro, a hora de iniciar um desenvolvimento que seja sustentável é agora. “Nossas fontes energéticas se acabarão em cinqüenta anos, se continuarmos consumindo dessa maneira. O que sobrará para as próximas gerações? Questiona Goldemberg.

Nesse contexto, para o professor, a comunicação tem papel fundamental na sensibilização da população em relação ao tema. “A sociedade tem de cobrar das autoridades medidas que minimizem os impactos ambientais e sociais, e para isso precisam estar bem informados. Hoje ser defensor da sustentabilidade é politicamente correto, mas também pode ser sinônimo de hipocrisia”. Goldemberg sugeriu que mídia e população cobrem das empresas um “balanço de sustentabilidade” onde ela mostraria os impactos de seus processos produtivos ano a ano tentando minimizá-los.

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